O Amor é um lugar estranho Estranho mesmo, se pensarmos que o amor gira à nossa volta, tão naturalmente como se de uma aragem num final de tarde de outono se tratasse, como se duma nuvem num qualquer céu azul de final de Março nos tapasse o sol que nos aquece o corpo e a alma. O amor torna as nossas almas os nossos corações mais puros e genuinamente mais fortes, e determinados. O amor toca-nos de uma forma tão profunda que por vezes até achamos que o mundo é tão belo e tão maravilhoso, um mundo que vive dentro de nós, que nos aquece e arrefece conforme as nossas necessidades. A cumplicidade de um pequeno lugar dividido, compartilhado a dois, a eventual estranheza de sentir a tua falta por pequemos momentos, e a maravilha do amor é a simplicidade das coisas complicadas e a complicação que por vezes se torna a mais simples das atitudes. Tudo, ou quase tudo se torna diferente aos olhos do amor, o que torna o Amor um lugar estranho mas apetecido. A mim apetece-me amar-te cada vez mais, e tornar o nosso lugar cada vez mais estranho, porque é assim que faz sentido partilhar momentos e ansiar por um futuro mais envolvente, que nos permita viver intensamente todos os momentos que nos restam juntos. Até porque, não é a vida que é curta, a morte é que é muito longa. Olho sempre muito para além de mim e de ti
Olho sempre muito para além de mim e de ti, abraço-te numa onda de alegria, num murmúrio equilibrado e confesso gostar daquilo que rodeia o meu olhar, das minhas cada vez mais sóbrias fantasias sobre ti de todas as conversas, pensamentos de um simples suspirar num ouvido ao deitar, num beijo ao acordar nas promessas feitas na escuridão de mais uma madrugada dependente de ti e do teu abraço, do caminho de terra rodeado de campos de papoilas que rodopiam ao vento que seguimos sempre que o calor de Outono nos deixa admirar os finais de tarde e a lua ainda ténue lá no alto. Olho sempre muito para além de mim e de ti, e dos gestos que não tivemos um com o outro, das palavras que nunca nos diremos, das pessoas que passaram por nós mas não ficaram, dos nossos pequenos almoços de sumo de laranja e Croissant torrado com manteiga em cada domingo de Inverno ou de Verão, das flores que afinal não nasceram ou das arvores que em pleno Outono nos enchem o quintal de folhas sem vida. Olho sempre muito para além de mim e de ti,, olho sempre muito para além de nós, mas o meu olhar pára sempre em ti, e aí fica, embevecido, apaixonado, crente em ti, um olhar que te abraça e te quer hoje mais do nunca. Olho sempre muito para além de mim e de ti porque tu meu amor, és paz, carinho, alegria, a razão pela qual sinto um sol imensamente bonito e cheio de vida aquecer-me a alma em dias cinzentos e cheios de chuva, e por isso eu apesar de olhar sempre muito para além de mim e de ti, olho sempre especialmente para ti e para mim, e confesso que gosto daquilo que vejo, do que sinto e do que aí virá. |
Quero-te muito!!! Deitado na cama, penso em ti que me olhas, sedenta de tuas mãos no meu corpo, da tua boca na minha, do teu corpo quente sobre o meu como são nossos corpos quando estão juntos e pela minha cabeça passam os mais devassos pensamentos. Mato a minha sede no mar salgado da tua pele. És a fonte de todos os meus prazeres. Teus lábios são mel que escorre para os meus. A língua sinto-a como um chicote de fogo que me sacia o desejo. Os dois corpos são um mar azul, um mar revolto, uma sedução devassa que alimenta este desejo quente, doce e terno, que nasceu de um poema e se transforma a cada dia, na mais bela poesia que nenhum poeta sabe escrever. Quando penso em ti, encho de sonhos os braços, acendo os meus desejos, apago em mim os cansaços, espalho rimas no chão, recolho versos e danças, esqueço a nuvem escura, lembro frescas madrugadas, adormeço dúvidas, incertezas, acordo as minhas esperanças, silencio trovoadas, abro a alma à ternura, cerro os olhos da tristeza. Pensando em ti pinto o céu azul de poemas, escrevo AMOR em letras tristes, elevo-me no infinito deitado na cama, penso em ti e descubro que existes........ apenas para mim . |