Respiro Respiro-te, sinto o teu cheiro em mim, anseio por momentos loucos que apenas tenho em sonhos, relembro cada palavra de todas as que troquei contigo e que ecoam suavemente na minha alma, suspiro por cada movimento teu, sonho até contigo de olhos abertos enquanto o mundo dorme, fecho os olhos a cada segundo, para me sentir mais perto de ti, não esqueço a magia do teu olhar e derramo os instantes dos nossos momentos para pequenas lembranças algures no meu coração, onde guardo um cantinho para ti, um pedaçinho de mim…. Que é só teu |
Se estivesses comigo ! Sinto sede da tua boca....Sinto fome do teu corpo Se estivesses comigo... abraçavas-me com a loucura da paixão? E se estivesses comigo... fazias da minha boca refúgio da tua? E se estivesses comigo..dizias-me ao ouvido palavras doces, tontas, loucas? E se estivesses comigo..beijavas-me o pescoço com a fúria do teu desejo? E se estivesses comigo..entrava em ti suavemente com a força do meu vulcão? E se estivesses comigo...deixavas que te dissesse o quanto te quero? Mais um beijo... Quero dar-te mais um beijo... Sentir-te tão minha no fundo dos teus olhos E na ponta dos teus dedos crescer nu... Quero amarrar-te nos meus sonhos Sonhar-me perdido nos contornos dos teus lábios E nascer novo depois de minguar no abandono do teu colo... Deixa-me dar-te este beijo... Deixa-me percorrer o teu sorriso num abraço... Deixa-me sentir o céu no meu ouvido... E lembrar o sussurro meio perdido que no escuro me deste... |
O nosso mar
A rua engalanou-se à tua passagem, nas janelas.... as portadas de Madeira verdes cheias de tabuinhas entrelaçadas abriram-se à vida para te ver deliciosamente calcorrear um lugar até então frio e triste e porque te viram.... respiraram alegria. As floreiras cheias de rosas vermelhas e algumas tulipas amarelas sorriram-te lançando-te algum pólen. tentando confundir o cheiro da manhã com o odor único que só tu me sabes oferecer, doce, suave como veludo, inconfundível. Pedra após pedra, a rua dança contigo, deixa-se calcar pelos bonitos movimentos sensuais dos teus saltos, acompanha-te esquina após esquina, descansa contigo em cada montra que te olha e te convida a entrar. Numa manhã de sol tímido e algo fria de primavera, em cada esplanada os olhares cruzam-te, sorriem-te e seguem-te, chás quentes ficam em suspenso nas mãos frias à tua passagem, enquanto as andorinhas voam apressadamente atravessando de um lado para o outro de ti enquanto o vento brinca com os teus cabelos numa brisa de vento brando que te acaricia o meu amor. Logo ali depois daquela outra vendedeira, onde a rua desce até à baixa, está o nosso mar, mas ele não se contêm ao sentir-te graciosa na sua direção e corre para ti levando-te salpicos de chuva de prata, a lua enorme ainda lá no alto e eu. |